terça-feira, 20 de julho de 2010

Me pediste para ser sincera. Pediste que houvesse sempre compreensão entre nós. Pediste que não agisse de cabeça quente, que não tirasse conclusões sobre ti precipitadamente. Sabes o que fiz? Abri o meu coração. Te mostrei o meu mundo. Fui sincera, pois fui para ti algo que, ás vezes, nem sequer me atrevo a ser para mim. Te levei pelos caminhos encantados dos meus sonhos e te mostrei tudo aquilo que cabia no meu ser. Te apresentei os meus medos, as minhas fragilidades e até os meus fantasmas. Esperando sempre que, tal como eu, tu, com a tua tão grande compreensão (dizias tu) afugentasses tudo o que havia de errado e me tornasses uma pessoa melhor. Melhor... Para ti. Te mostrei o que sou, o que sonho, o que temo, o que vivo, o que penso. Te mostrei o que de mais frágil e puro existe em mim... Te abri a caixinha onde guardo a essência do meu ser e deixa assim. Aberta. Esperando que com as tuas mãos delicadas a conhecesses, a sentisses, a guardasses para ti. Quis acreditar no que via no teu olhar e no que o meu coração palpitava quando você me abraçava com força e fazia eu me sentir tão segura. Sim, eu fui sincera. Mas sei que também te compreendi. Ouvi as tuas histórias atenta aos teus movimentos, aos teus gestos, acabei as tuas frases quando não encontravas a palavra certa... Advinhei e antevi tudo o que você sentia. Tudo o que não dizia, mas querias dizer. Sei que também te compreendi porque os teus olhos passaram a ser bem mais sinceros que qualquer palavra tua que soasse no ar. Precipitada? Fechei os punhos com toda a minha força. Engoli à seco. E quantas noites! E quantas manhãs! Quantas tardes! Quantos momentos! Me odiei... Por ti. Por ti quis mudar e me senti fraca mesmo com toda a força de vontade, mesmo com toda a certeza do meu erro, mesmo com todo o meu amor por ti. Lutei e por você, pelos erros que me jogas-te na cara, dizendo: “Desculpas” para quê?, me fazendo acreditar que iria conseguir mudar... E eu me vendo cair... Ás vezes não conseguimos ir contra aquilo que somos. Eu me odeio. E tu sabes. E mesmo assim você fingi não ver. Se posso também pedir, talvez porque dei, então, peço-te que me faças sentir sempre segura. E que entre nós não hajam segredos ou meias-verdades, apenas uma sinceridade extrema.

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